quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A ida numa sala vazia




Bato na porta. Escuto vozes no outro lado, mas quem me recebe é o silêncio. Descalço e de cabelos desarrumados, ele pede para que eu aguarde. Não há sofá e nem cadeiras para sentar. Sento então no conformismo nada confortável que só a falta de esperança proporciona. Sentada no nada espero. Durante a espera observo o excesso de vazio causado pela escassez de móveis. Brinco com a minha imaginação de decorar essa abundância de espaço. A brincadeira cansa. Chego a conclusão de que às vezes é inútil ser criança. Tédio por me sentir adulta. Levanto, do nada. Vou embora sem me despedir. Não há sentimento de culpa. Ele não responderia. Eu mesmo abro a porta. Não pretendo voltar. Sou mais feliz sendo despretensiosa.

Foto: WEB.

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