quarta-feira, 27 de junho de 2007

A cor no retrato preto e branco


Futuro decidido
e um furo no cobertor.
Cobre o cobre
que julgam ter valor.
Julgamento da cor quando
o retrato é preto e branco.


Foto: Vila dos Pescadores - Copa/RJ - 28-05-2007

Estancado


Avistou a vida atrás do vidro
mas para ultrapassa-lo
teve que quebrá-lo com o atrito
do próprio corpo.
Rosto e gosto impróprio
de sangue
que depois de estancado
tornou-se próprio
porque o fez ir adiante.


Figura: WEB

segunda-feira, 25 de junho de 2007

No banco com clube da esquina


Em pé no banco.
A fila aniquila meu tempo.
Engano-me com o que penso
ao escutar a canção do vento.
Aquela que vem às vezes lembrar
coisas que ficaram por dizer
mas que nela
não cansam de voar.
Não disse.
Disse não.
O motivo para o não dito?
Existe na razão que o medo sempre tem
de não nos deixar fazer
aquilo que nos faria bem.

Caleidoscópio


Os vários lados
do caleidoscópio
inconstante
e espelhado.
Instantes de ócio
nos outros
o contrário.
Mas todos
coloridos reflexos
desinibidos
de um atordoado
mantido em sigilo
num pequeno espaço.


Figura: WEB

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Sorrisos


Dispenso entendimento
para o sorriso.
Talvez uma resposta
para um outro
que não se mostra.
É tímido?
Ou eu que crio?
Já disse,
não entender
não incomoda
entender agora
pouco importa.
Sorrio!
E de volta sorriem!
Não só rio!
Não rio só!

Foto: Disc-man personalizado.

Veneno feito na casa escura


A fuga e a falta de espelho.
A loucura na alma.
A falta de calma cedo.

Era pessoa boa
mas cedo uma ruptura muda
deixa um medo que fala.

Com dedos amedrontados
constrói uma casa que voa.
Vira escravo do ar alheio.

O tempo destrói a estrutura
com a força demoníaca do vento
e da cura que não veio.

E entre escombros e rachaduras
faz pinturas dos seus sonhos.
Acredita no novo lar como perfeito.

Mas dias na casa escura
cria bebida de gosto azedo.
Veneno pro próprio enterro?


Figura: Fórmula de um veneno.

terça-feira, 19 de junho de 2007

O barco


O barco chega
farto de tanto mar
mesmo que seja
passageiro
também é inteiro
a fartura
enquanto durar.

O barco parte
farto de continente
mesmo que tarde
lá é contente
no mar sente
a liberdade
que só ele entende.


Foto: Vila dos Pescadores - Copa / 28-05-2007

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Suas sementes


Colha a escolha
das suas sementes.
Não invente raízes
para plantas diferentes.
Não se contente
com aparentes frutos doces.
Experimente!
E nem se iluda
com as atraentes cores
das flores que estão
na sua frente.


Figura: Feira da terça-feira da semana passada.

Sol no lago


O sol no lago
é inútil.
A água seca
e a vida escapa
para a terra
que a espera
com uma morte aflita.


Figura: Fang Lijun
China hoje – Coleção Uli Sigg/ CCBB Rio
Inpirado no comentário da Bú para a mesma.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Fernando Pessoa - Santo Antonio - PO (13-06)

13-06

Fernando Pessoa



Não sei quantas almas tenho - Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Figura:Espólio Fernando Pessoa

Santo Antonio



Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.
A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias.
Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX.
A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular.
Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.


Figura: WEB

PO com 28!




MEU PAPO COM POMPÉIA
080607

baldinho sem boldinho
a rede tinha um buraco
leite com chocolate às duas na Lapa
não a carne morta
opção por gergelim, queijo com pão
e pimenta, lentilha
cama feliz não tem pernas

Polly Jean com Zappa
be fun! be fun!
White Tail e Blue Pine

30 pra lá e 30 pra cá
em 15, 0 200 e o 245 Bokel
quando um atende o outro está ligando.


Figura: na rede.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Na minha bagunça (produção de uma insônia)


Se confunda
na bagunça
do que projeto
do interno
para o externo.
Sem perguntas.
Sou mistério.
A distância mais perto:
Anda reto
pelos versos
tortos e incertos.

Foto: Show da Relics em Nikity/ Novembro de 2006.

As palmas em movimento?


Orgulho que cansa
e que engulo a seco
sem esperanças
sem medos
e com distância.

Sujeira no ar puro.
Derrota na vitória.
Pergunta sem resposta.
Parede com furo.
Sede com água morna.

Opção alheia acalma.
Queira do jeito que quiser
mas talvez veja
em movimento as palmas
de duas mãos.

Foto: Uma qualquer da Web.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Fogo na Igreja (sonhado 04-05/06)


A igreja pega fogo
e a chama mostra
que a pureza está
do lado de fora.
Para construir o novo
uma destruição
para a percepção clara
da cruz ser desnecessária
e da luz presente
ser precária.
A nova construção
depende somente
das mãos vagas
mas dadas
mesmo que de forma diferente.

Figura: Deus do fogo. Hefesto para os gregos, Vulcano para os romanos.

Idéias ou ideais?


Idéias ou ideais?
Ter algum
qualquer um
tanto faz.
Mas nenhum
não mais.
Um objetivo
faz ser
vivo
ter sentido
para ir
atrás.

Figura: Bic-boy

sexta-feira, 1 de junho de 2007

40 anos de Sargento Pimenta...

e 4 meses de muito queijo Minas com pimenta!


Fixing a Hole - The Beatles

I’m fixing a hole where the rain gets in
And stops my mind from wandering
Where it will go.
I’m filling in the cracks that ran through the door
And kept my mind from wandering
Where it will go.
And it really doesn’t matter if I’m wrong
I’m right
Where I belong I’m right
Where I belong.
See the people standing there who
Disagree and never win
And wonder why they don’t get in my door.
I’m painting the room in a colorful way
And when my mind is wandering
There I will go.
And it doesn’t really matter if I’m wrong I’m right
Where I belong I’m right
Where I belong.
Silly people run around they worry me
And never ask me why they don’t get past my door.
I’m taking the time for a number of things
That weren’t important yesterday
And I still go.
I’m fixing a hole where the rain gets in
And stops my mind from wandering
Where it will go.