quinta-feira, 31 de maio de 2007

Natureza artista


Molhe as flores
e as olhe
como se fosse
mutante arte.
Natureza artista
conquista beleza
até quando
a vista pisca
e o instante parte.
Faz parte deste ateliê
as mãos eternidade
de um criador que não se vê
mas se crê
por ser dele a criação
de toda realidade.


Foto: Quiosque do Largo do Machado/ Novembro de 2006

"Echoes"



"Echoes" no metrô
causa inexplicável
calma e nostalgia
de um dia não palpável
por ser intacto o calendário
da geladeira da sua cozinha.

Foto: Meddle - Pink Floyd/1971

sábado, 26 de maio de 2007

Cheios vazios


Ontem no meio do cheio
de gente cheio
de amigos cheios
de copos cheios
de diálogos cheios
de vazios.
Alguém vazio
deixou minha bolsa cheia de
algum vazio.
Voltei pra casa da sala vazia
cheia de frio e
cheia de vazio.
Cheia de vazio material.
Cheia de vazio emocional.
Todos esses vazios cheios de
vazios espirituais.


Foto: Lapa/ Novembro de 2006.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Relembrando a infância I

Bolo Fofinho


2 tabletes de margarina ou 1 pacote de manteiga
2 xícaras de açúcar
4 gemas
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de maisena
1 colher de sopa de pó Royal
1 xícara de leite
4 claras em neve
1 colher de chá de baunilha ou casca de limão ralada.

Modo de fazer:

Bata o açúcar com a margarina, junte as gemas. Batendo vai colocando alternadamente e aos poucos a farinha, a maisena e o leite. Bata até abrir bolha. Coloque então as claras em neve e o fermento, misturando sem bater. Forma untada. Forno quente.

Cobertura de limão:

2 claras batidas
Suco de 1 limão
½ xícara de açúcar
Cobrir e cortar o bolo ainda quente.

Obs: O limão pode ser substituído por laranja.


Final de semana na Questa era sinônimo do tradicional bolo Fofinho. Mais gostoso que ele, somente prepara-lo ao lado da vó, que fazia de tudo para eu crer que minhas funções de ligar e observar a batedeira, e depois raspar o pote com a massa crua para come-lo, eram realmente importantes. Sabor de saudades.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Últimos sonhos


Perseguição em um sonho
e em outro, a discussão.
Como somos alvos fáceis
de nós mesmos.
Atiramos frases imperdoáveis
sabendo que não precisamos
mais de perdões.
Eles seriam desnecessários e falsos,
como são todas as distrações.
Parece que ainda se distrai
com o que te esquece e vai
em outras e novas direções.


Foto: Filtro dos sonhos achado na Web

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O que fazem...


Sugam
a energia pura
com perguntas
não próprias...

E afirmam
mentiras
para quem sabe
da verdade e
da outra parte...

E machucam
uma inocência estúpida
e covarde
por faltar coragem
de enxergar
pela primeira vez...

E convencem
sobre a pequenez humana
e conseqüentemente
mundana
por estar presente sempre
a imperfeição e estupidez...

E destroem
a solidez da fé
inocente e bonita
vinda da menina
que de repente
vira mulher e abandona
tudo o que vierem a dizer...

Figura: Uma qualquer da Web.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Antigo mundo


Palmas e a calma vem
com o cheiro do incenso
que não lembro
mas no inconsciente está.
Exemplar minúsculo
de um antigo mundo
dentro deste que pertenço.
No fundo de uma alma
onde falta o ar
estão os resquícios.
Ainda não os entendo.
Entendido apenas o movimento
dos pés do destino que dançam
essa nova e velha valsa.

Seguiu uma reta


Quieta, seguiu uma reta
enquanto pediam
para entrar na curva
que a levaria de volta
para o motivo da fuga.

Fugiu porque
lá era frio
e tocava uma música
que contava
o que o não se dizia.

Não disse, logo
é como se nunca existisse.
Declarações e perguntas
seriam tolices, agora
que o tempo a fez livre.

Liberdade alcançada
por quem nunca foi presa.
As grades foram feitas
de um concreto sentimento
encoberto por uma frieza.

Foto: Janeiro de 2007/ Rua do Pastore

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Próximo aniversário



Passos silenciosos.
Os pés estavam descalços
enquanto que os sapatos ociosos.
São velhos, mas nunca usados,
logo são novos, mas estão guardados
sem sentido no armário.
Os comprou sem motivo óbvio.
Os guardou por pensar o contrário.
Ainda os guarda pensando no próximo
aguardado e distante aniversário.


Figura: Aldeia Velha/ Abril de 2007.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Flores no caminho?



Carrego cansaço
e impaciência.
Os passos antes rápidos
agora estão perto
da desistência.
Andaria
o quanto fosse necessário
se soubesse da existência de flores
em ambos os lados
no caminho
vislumbrado.


Foto: Mendes/ Fevereiro de 2007

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mesmo tijolo


Contato com o diverso.
Caminho em
diferentes universos
com passos que não meço.
Neles enxergo transparente
partes do meu todo,
até o aparentemente
oco.
Somos paredes diferentes
mas usamos o mesmo
tijolo.

Foto: Vista da casa da Questa - Prédio Mandoca + Morro Azul/ Abril de 2007.

Circunstâncias


Desprendimento
pelo o que havia
aqui dentro.
Por aqui ficou.
Lá fora foram
apenas raros passeios
e o culpado foi
o medo alheio.
Entenda o feito.
Não são desprezos
propositais.
Nomeio como
circunstanciais.


Pintura: Paula Lucas

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Silêncio X Barulho = Escuro X Cores


A voz chama
mas os ouvidos
estão surdos.
Prossegue o rumo.
Anda. Anda. Anda.
Então a distância
pede um grito.
Este desobedece
como um filho rebelde.
O silêncio aparece
sem a consciência
que sua existência é
a ausência de barulho.
Relação idêntica das cores
com o escuro.


Foto: Luminária sala Perinhos/ Ano-Novo 06-07

quarta-feira, 9 de maio de 2007

No parapeito


Parada estava ela
no meio de tudo
e com um anseio
por nada.
Estática diante
do que antes
a fazia correr.
Corrida rumo
a imaginária segurança
criada pela criança
que em sonho
no parapeito da janela
dava adeus.
Havia nela
o medo da altura
e o desejo da loucura
de voar.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Gnomos perambulantes


Os gnomos vivem
perambulando
por estradas incompreensíveis
feitas de pegadas
inconfundíveis pelo tamanho.

Criaturas que existem,
mas por enquanto
é pra poucos,
os chamados de
loucos e estranhos.

Então viva
a loucura e a estranheza
porque com certeza
a tristeza cura
e a beleza chega.

Foto: Quiosque de flores - Largo do Machado / Novembro de 2006.

domingo, 6 de maio de 2007

Olhares

Recomendo: www.olhares.com

Sem "bom dia"


Estrago feito no passado
e uma fraqueza de manhã.
Trago a frieza e impaciência
em vez de um “bom dia”.
Som e dom ignorados
devido a complexos
abafados por serem escritos
em um caderno
nunca lido,
mas guardado mal escondido.

Através da luz


Se traduz através
da luz que traz
da luz que quer
da luz que faz
a escuridão dissipar-se
na imensidão do ser.
Contradição em ver
o claro no escuro
o vago no conteúdo.
O único passo
dentro de um futuro
largo e profundo.
Resultado no mundo:
ser imenso e difuso,
ser extenso, mas único.




Foto: Aldeia Velha/ Abril de 2007

sábado, 5 de maio de 2007

Pra Paty


Parecidas diante do externo, mas diferentes no interno. Sempre fui o exagero e ela a contenção. Nos conhecemos quando acabávamos de deixar de ser crianças, mas foram necessários anos para virarmos as mulheres de hoje. Mudamos, embora esse verbo no futuro nos assuste. Os primeiros shows e o primeiro e preferido all star. Pato Fu, Kid Abelha, Engenheiros e Clube da Esquina. Mãos dadas quando o chão foi tirado por uma inesperada perda. Abrigo quando o teto caiu. A primeira ligação de um fim, e a primeira mensagem de um começo. E nós, no meio. Brigadeiros de e no presente trazem doces sorrisos. Entre a gente apenas o ínicio, com 12, e sua continuação.

Te amo! Parabéns!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Infinita


A memória não permite
mas meus passos sim.
Cheguei e assisti
o que em mim já existe
e não se mostra,
porque a existência é infinita
e sendo assim, sem fim
até se recorda
mas o que se vive
é o agora.

Foto: Lareira Petrópolis/ Maio de 2006

Presente em Santa

quarta-feira, 2 de maio de 2007

No ônibus

O ônibus, a paisagem
e uma alegria silenciosa.
Esta última, nossa.
Digna apenas
de ser contada
nessa poesia
pouco intensa
perto do que a inspira.
Versos para registro
de uma curta viagem
dentro de uma maior
com a passagem
apenas de ida.

Não esqueça da borboleta



Se joga pela janela?
ou espera?
Lembre-se das asas
que agora possui.
Faça como borboleta
e perceba
que ela sempre esquece
do passado que possui.
E nem por isso se entristece.
E nem por isso sua vida não flui.
Voa baixo
Voa alto
no seu tempo
no seu espaço
sem percalços
por ser seu
o percurso escolhido
onde tudo é filho daquilo
que a sua mentira esqueceu
e a sua verdade escolheu.

Para o blogg antigo.
Foto: Pedralva - MG/ Carnaval de 2007.