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Túmulos
O erro foi crer na eternidade. Eterno nunca é. No máximo prolongamentos, não muito fiéis, de alguns dias. E estes viram meses, que viram anos. Vinte e sete. Nem sempre o fim é em um túmulo de mármore. Antes deste aparecem muitos, mas de papéis, de lembranças, de idéias, de distância, de água salgada própria. E esta jorra abundante até a boca, mas não é saboreável. Enquanto esta fonte indesejável não estanca, no baile ninguém dança, e a água no copo nunca fica cheia. Até que um dia alguém se atreve a dar os primeiros passos no salão, como também a entornar uma garrafa inteira. Alguém que só pode ser você. Foto:
O Castanheiro - Miguel Afonso
Um comentário:
Eternamente
É ter na mente
Éter na mente
Eterna mente
(Walter Franco)
Impecável como sempre, belos versos com uma bela ilustração.
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