quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O presente do verbo observar




Observo. Verbo antes tão incomum
na minha gramática sem regras de pontuação.
Assim me preservo do que o mundo oferece
ou de algum assunto que ele esquece de contar
através de alguém que pelo silêncio pede
um novo modo de ser alegre no mesmo lugar.


Foto: Mi by Paty!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

As asas daquela menina




Distância cada vez maior daquela menina pela qual sentia dó. Sentia o vento produzido pelo bater de suas asas, como também via em seus olhos a agonia de não saber voar. Assisti o seu primeiro vôo forçado, no qual caiu. As asas quebradas a obrigaram a iniciar um processo de reconstrução. Reconstruir é construir de novo. E sua construção nova iniciou-se a partir de seu antônimo, a destruição. Essa lógica não foi compreendida pela sua platéia, mas isso não importava, pois ela sempre se esquecia da existência da observação dos que a cercavam. Aliás, esquecer foi o verbo mais praticado pela menina desta história. Nos primeiros dias esqueceu e depois não lembrou. Constatou que o não lembrar é um estágio avançado do saber esquecer. E esquecendo as dores que a sua autodestruição produzia, como também a situação quebrada de suas asas, conseguiu enfim alçar seus primeiros vôos. E foi no ar, já sem esperanças, que suas asas foram colocadas no lugar, e sua destruição enfim tornou-se reconstrução.

Ilustração: WEB

domingo, 27 de janeiro de 2008

Uma viagem de fusca




Lembro das flores laranjas
com a mesma distância
de uma viagem de fusca.

O tempo ofusca qualquer brilho...

E pela janela constato
que naqueles trilhos
já não passa nenhum trem.


Foto: Antiga e photoshopada.

sábado, 26 de janeiro de 2008

No ventilador




Verdades que jogo no ventilador.
Quebro os copos com as minhas mãos.
Me interno com meu próprio diagnostico.
Prefiro ter a culpa de cada gota de sangue.
Todas minhas, e derramadas em mim.
A minha sina é ser culpada,
e por um lado isso é ótimo.
Controlo.


Foto: Ventilador do Bar do Zé photoshopado.

Caminho pela areia




Não há fórmulas e nem formas
pré-definidas. Definida apenas
a existência de uma estrada
com várias saídas. Ou entradas.
O nome depende apenas
do ponto de vista.
Na verdade são caminhos.
E entre eles não devem haver
oposição ou rivalidade.
Mesmo que a ida por um deles
seja mais fácil, rápida e com várias pistas.


Foto: Arpoador - 14-10-2007

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

No outro lado da poça (13-01-07)




Nós de lá!



Nossa Senhora da Conceição no Campo de São Bento



Domingo no parque 1



Domingo no parque 2



Céu através do coreto do Campo de São Bento



Crianças e elefantes que voam!



Dançarina indiana



Dançarina indiana 2



MAC



MAC 2



Mimizinha no MAC



A vista



Sol e sombra



Pô como fotógrafo!



Da rampa



Na rampa :)


Para lixeira reciclável




Minhas idéias comportam-se através de versos e rimas. Há uma fascinação pela subjetividade que se cria a partir desse comportamento. Não gosto que possuam certezas sobre as minhas (in)certezas. Sobre mim, gosto que achem tudo, em vez de que saibam qualquer coisa. Por isso esse texto merece ir para a lixeira, mas por pena o coloco naquela onde se joga os recicláveis. Quem sabe um dia uso esta matéria quase prima para virar poesia...

Ilustração: WEB

domingo, 20 de janeiro de 2008

Jogos e copos




Não gosto de jogos
e nem de copos.
Prefiro que derrame
tudo no chão.
Rio mais com vexames
do que com a boa educação.
E se rindo sou mais feliz,
opto por não ser uma atriz
no seu, e em nenhum salão.


Figura: WEB

sábado, 19 de janeiro de 2008

Números X Letras




Os cientistas buscam
a explicação do mundo
em números.
Mas embora mais complexa
a imprecisão e a contradição
da explicação alfabética
me interessa mais.


Ilustração: WEB

Teatrar




À tona o que se inspira
e nem se sente.
Atrás da lona
o ator pira
à espera
que o personagem
o invente.


Ilustração: WEB

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A água de hoje




O hoje engole
cada cuspe
dado ontem.

E a máscara
sorri e ilude
porque esconde.

Onde será que guarda
aquela saliva
cheia de raiva?

Fez da baba
quase uma água
pura da fonte.


Ilustração: WEB

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Desperdícios




Memórias são os desperdícios
de uma mente infeliz
que busca indícios
do que seria o contrário
em um fictício sorriso congelado.


Ilustração: WEB

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Suas quedas




Talvez não transpareça
por medo
de mais uma queda.
Talvez não esqueça
o gosto amargo
do remédio
tomado por conta delas.
Talvez não perceba
o tédio que seria
se a alegria
no chão estivesse.


Ilustração: "BurjDubai" - o possível futuro prédio mais alto do mundo.

Trânsito




Trânsito até no céu.
O que se dirá da Terra
com suas estradas
repletas de placas
com suas regras.


Ilustração: Gaivotas - Lia Knapp

Uma distração




O único nunca é estúpido,
assim como o último.

O uso do nunca
nunca convém
mas nesse caso
cai bem.

Cai pela distração
de ser tão espontâneo.


Figura: WEB

Cuspe




O cuspe é a saliva rejeitada
por falta de utilidade.
Seria útil apenas
se tivesse alimento
naquele determinado momento.


Ilustração: WEB

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sonhos




Os sonhos trazem
o inconsciente
em imagens.

Do ventre
ao que ficou
na margem.

Espreme o que
pareceu ser
mas não foi bobagem.

Desmente até
as mentiras que vestem
camuflagens.

Com o que se vê e sente
uma desconexa
reciclagem.


Ilustração: Freud -> "As descobertas de Freud, de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental revolucionaram o estudo da mente. Antes os sonhos eram tidos como meros efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos. Os conhecimentos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes são tão somente a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico."

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Frascos e prateleiras são besteiras




Importante é o sólido ou o líquido.

Não o frasco
ou a prateleira
do mercado
onde são guardados.

Rótulos e lugares não possuem valor alimentício.


Foto: Um óleo nas Sendas - 20-11-07

O peso de suas nuvens





O peso que coloca nas nuvens,
até nas mais brancas,
cansa. Acinzenta. Pesa.
Desassossega
os pedestres despreparados
que fogem as pressas
para as marquises
à espera do seu cansaço
em pesar.


Foto: da minha janela - 20-11-07

sábado, 5 de janeiro de 2008

Um círculo




Ando no centro do círculo
enquanto ele no contínuo
traço da borda.

Consigo estar no meio
sem receios enquanto
o líquido transborda.

Me pergunto se no fundo
algum pingo de propósito
entorna.

Enquanto ele faz do mundo um copo
de água fria que nunca pergunta sobre
a água morna.


Foto: Um círculo com algum líquido (ou um mate com a can)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O término de 2007 e o início de 2008 (Paraty 29-12-07/ 01-01-08)




Indo para o mato



E a ida para o mato continua...



Um desejo para minha velhice



Entrada de Goura



O mar da montanha



No meio do caminho tinha um vira-lata, tinha um vira-lata no meio do caminho...



e em cima de uma pedra tinha um gato...



A refrescante recepção do mato



"Eu sou amor da cabeça aos pés..."



A pequena fotogrando os efeitos da água



O "bruxo" achado pelo Pô



Lá em cima



No topo do Mundo!



Um sapo que fez pose



Abelha na horta



Uma tentativa de fotografar a borboleta na couve



A ordenha sendo feita pelo Rui



Harinama no Centro histórico de Paraty



A primeira alvorada de 2008 na Praia do Jabaquara



Mais uma da alvorada



"Tudo foi feito pelo Sol"



O sol nascendo entre as cadeiras e um vira-lata




"Estamos numa boa pescando pessoas no mar..."



Na praia do Jabaquara o gato caça sapo!



Ache a Mimizinha na praia de água morna e que não afunda nunca



Mimizinha com os olhos ardendo de água salgada



Nadando para o Pô!



Smack!