quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Internas linhas tortuosas




O nojo que não sinto
das entranhas estranhas
que até lindo acho.

Gosto que guardo
embora não guardem.

Soco que não dou
embora dêem.

Pouco para o que podia
ser muito.
Solto para o que podia
ser mais
preso.

Ainda me movo com o medo dos mortais.
Porém tenho sina de não pertencer aos iguais.

Diante do que brilha demais é fosco.
Brilho é desnecessário e não ilumina,
apenas enfeita e ensina
o quanto inferior é
diante da luz que está
todo dia por cima
dos acontecimentos universais.
Sendo eles eventuais ou fatais.

Entendimento
para esses pensamentos
dispenso.
Para mim dispensar é transformar.
Então transformo
minhas linhas tortuosas internas
em linhas externas retas.
Transforma-se. Formas novas. Forma-se.


Arte: Painting with white border - Kandinsky

Um comentário:

Anônimo disse...

Ahhhh, eu amei essa Miii, muito sua cara... seu blog tá lindo!
beijocas e mais beijocas
marília