o caminho é sujo mas o medo é estúpido e move seus súditos ainda que não concordem em serem apenas os que percorrem de um jeito pudico e nada nobre o chão que encobre tudo de lúdico que alimentavam até então
Fico feliz com as suas boas novas talvez sejam as únicas que fazem das minhas canetas menos preguiçosas.
Não é à toa que esta folha agora recebe esses pingos de tinta. Formariam eles uma enorme poça? Não sei. Mas se formasse não seria bem vinda.
Prefiro arrumar-los de forma sucinta para entregar-lhe uma bela resposta com as rimas que você ignora e que um dia me deixaram faminta.
Não é à toa. Já bem disse. Foram duas escolhas: A sua de ser feliz e a minha de também ser ao vê-lo ser e comunicar através desta. Enfim, felizes! Bem, já disse.
Hoje o dia foi corrido, mas a correria não foi a de sempre. Talvez até tenha sido, mas foi como se eu a admira-se de longe. Não! Na verdade foi de perto mesmo. Como quem admira um aquário. Tranqüila passei pelo dia, apesar das correntezas. Muitos números, alguns trabalhos, uma prova e um médico. Passei por eles como os peixes passam pela águas. Eles aproveitam a essência maleável do seu habitat mesmo quando agitado e com correntes. Aceitam que aquilo está intrínseco em suas vidas. Não há outra forma. Observar aquários faz bem. Em especial os de água salgada, naturalmente mais coloridos. O mar pode até ser mais turbulento, mas a tranqüilidade dos peixes é a mesma. Quem vê Discovery sabe.
Inocente não fui. Sou. Acreditei nas sementes. Foi o único jeito de manter crescente a esperança por árvores. Até hoje, nada delas... Apenas grama sem fim depois de tanta espera.
Ando distante. Os prazos a cumprir tomam meu tempo. Logo esqueço de tomar a poesia líquida e fresca que nunca deixam meus dias áridos. Estou com sede e como sinto. Muito sinto mesmo. Com a língua seca perco paladar. Não sei ao certo o que açúcar e o que é sal. Com a falta de gosto não se vive bem. Na verdade se vive bem mal. Porém há vida após os prazos.
...
Será mesmo que todos os veículos de médio e grande porte são rastreados por satélites?
"Que estou fazendo a te escrever? estou tentando fotografar o perfume."
"Escrevo-te este fac-símile de livro, o livro de quem não sabe escrever; mas é que no domínio mais leve da fala quase não sei falar. Sobretudo falar-te por escrito, eu que me habituei a que fosses a audiência, embora distraída, de minha voz." (Água Viva - Clarice Lispecor)